A Prefeitura de Campina Grande realizou, na manhã desta quarta-feira (26), uma entrevista coletiva de imprensa para esclarecer detalhes sobre a morte da assistente social Danielle Morais, que faleceu na terça-feira (25). A coletiva contou com a presença do prefeito Bruno Cunha Lima, do secretário de Saúde, Carlos Dunga Jr., além de médicos que acompanharam o caso.

Danielle havia passado por um procedimento cirúrgico no Hospital Municipal Dr. Edgley, no dia 13 de março, e recebeu alta no último domingo (23), com quadro clínico estável. No entanto, na terça-feira (25), foi internada no Hospital Pedro I com suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico. Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu. A causa da morte está sendo investigada.

Equipe médica descarta possível relação com parto no Isea

Durante a coletiva, o diretor do Hospital Pedro I, médico Vitor Nobre, descartou que a morte de Daniele tenha sido consequência de complicações do parto realizado no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea). Segundo ele, eventos uterinos graves podem causar imagens sugestivas de isquemia no cérebro, mas não estão relacionados ao AVC hemorrágico.

“Em um caso de um evento uterino grave, como foi o de Daniele, poderia causar um tipo de evento encefálico, mas ele não causa sangramento. Ele causa uma imagem sugestiva de isquemia, que é totalmente oposto. Não é comum na medicina, do ponto de vista cirúrgico, o paciente apresentar um AVC hemorrágico, pois a principal causa é um aneurisma. Ou seja, quando se identifica um aneurisma previamente ou não, entra na síndrome genética. Traumas e uso de anticoagulantes entram como minoria. Não tem sentido considerar a causa do AVC hemorrágico ter relação com o ocorrido no Isea”, afirmou Nobre.

Investigação considera possibilidade de problemas genéticos

Daniele já vinha sendo acompanhada por uma médica geneticista, o que levanta a hipótese de uma condição pré-existente. Por esse motivo, foram requisitados exames genéticos para aprofundar a investigação.

O prefeito Bruno Cunha Lima destacou que a administração municipal solicitou formalmente ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) a abertura de um inquérito para acompanhar o caso.

“Todas as análises foram requeridas para que o caso possa ser investigado. Eu fiz, de próprio punho, um comunicado ao Ministério Público da Paraíba, à promotora de saúde, Dra. Adriana Amorim Lacerda, para que, sabendo desses fatos, o Ministério Público possa, se quiser, acompanhar os processos administrativos realizados pela Prefeitura, monitorar o inquérito policial que está dentro da Polícia Civil e, caso queira, instaurar um procedimento próprio para fazer a apuração”, afirmou o prefeito.

Além disso, Bruno informou que diversas medidas foram requisitadas para coleta de materiais e realização de exames genéticos para esclarecer a causa da morte.

Prefeitura garante responsabilização em caso de violência obstétrica

O secretário de Saúde, Carlos Dunga Jr., ressaltou que as investigações já estão avançadas, com várias intimações realizadas, incluindo do pai da criança e da equipe médica.

“Nós estamos na fase de investigação e já temos um boletim referente a essas investigações iniciais. Nós já estamos numa fase bem avançada, várias intimações já foram feitas, não apenas do pai da criança, mas de toda a equipe médica”, explicou Dunga.

O prefeito Bruno Cunha Lima garantiu que, caso seja comprovada alguma negligência ou violência obstétrica, os responsáveis serão punidos.

“Posso garantir que a família está tendo todo o apoio técnico e humano necessário. Todos os esforços estão sendo feitos. Tenho acompanhado pessoalmente o caso”, declarou o prefeito.

Adiamento do lançamento d’O Maior São João do Mundo

Em respeito à família de Daniele Morais, Bruno Cunha Lima anunciou que a prefeitura adiou o lançamento da edição 2025 d’O Maior São João do Mundo, que estava programado para esta semana.

A coletiva de imprensa contou com a presença do prefeito Bruno Cunha Lima, do secretário municipal de Saúde, Carlos Dunga Jr., do diretor do Hospital Pedro I, Vitor Nobre, além dos médicos Leandro Salvador (generalista da Atenção Primária), Claudete Vieira (intensivista do Hospital Pedro I) e Marcos Wagner (neurologista).

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