Em Campina Grande, Estudantes da Escola Municipal Lafayete Cavalcante receberam na manhã desta sexta-feira, 11 de abril, a visita de povos originários da etnia Potiguara. A vivência com os povos originários da Aldeia Lagoa do Mato faz parte da Semana dos Povos Indígenas. A visita contou com a presença de nove indígenas de territórios localizados em Rio Tinto, Baía da Traição e Marcação, no Litoral Norte da Paraíba. Eles realizaram um ritual de sagrado.
Para o Pajé Isaías Guarapirá, estar em contato com os estudantes é contar uma história de resistência.:
“São mais de 520 anos de miscigenação, de guerra, de massacre, mas que o povo potiguara, do Litoral Norte da Paraíba, continua firme, forte, e resistindo. Não é à toa que nós somos reconhecidos como o povo mais guerreiro do país, porque foi o único povo da costa brasileira que conseguiu enfrentar a guerra, a invasão, expulsar o invasor e nunca arredou os pés de própria terra. Então a gente traz essa realidade para a criança, para a gente ter essa presença, esse contato pessoal, e entender que aquela história do livro é apenas uma história mentirosa, mal contada, que é a versão do colonizador. E que na verdade os heróis foram os nossos povos indígenas, nossos guerreiros ancestrais que derramaram o seu sangue, que tombaram na luta para nos garantir o território e a nossa existência até a atualidade”, explicou.
O coordenador de Relações Étnico-raciais da Secretaria de Educação (Seduc), Ariosvalber Oliveira, destacou a importância da vivência. “É de fundamental importância a inclusão desses debates, dessas discussões, mostrando que Campina Grande também é uma cidade indígena. Os descobridores da Campina Grande foram os povos indígenas, e esses povos estão vivos, eles são parte da nossa nação, do nosso estado, da nossa cidade. A cultura indígena está presente em cada um de nós e é preciso valorizar e propagar a riqueza”, afirmou.
Durante a vivência, os estudantes foram convidados a participar de um ritual indígena e receberam pinturas no rosto. A estudante Amanda Viana da Silva, do 9º ano, participou com interesse da atividade. “O que mais gostei foi o jeito que eles dançam, as músicas, as pinturas nos corpos, as roupas, as artes que eles fazem no cabelo e o som. Eles são importantes pelas histórias que eles fizeram, que a gente não vê muito no livro, mas a gente quer saber mais das culturas deles por eles. Eles estão aqui e contam também da realidade, do que sofreram e o que eles enfrentam até hoje”, contou.
A gestora adjunta da escola, Robenia Nunes, valorizou o momento de partilha. “A vivência com os povos originários vem ampliar os conhecimentos que já são estudados e vivenciados em sala de aula. Os nossos estudantes estão tendo a oportunidade de viver na prática essa experiência de conhecimento, de cultura, de valorização, de respeito aos povos ancestrais que tanto contribuíram e ainda contribuem para a nossa história. Eles são nossos irmãos. Estamos muito felizes e agraciados com a presença deles aqui conosco”, acrescentou.
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