Nesse domingo, 22, o Quadrilhódromo do Parque Evaldo Cruz, em Campina Grande, foi palco do Festival Paraibuco de Quadrilhas Juninas, um evento inédito n’O Maior São João do Mundo, que apresentou a rica cultura das quadrilhas do Agreste da Paraíba e do estado vizinho, Pernambuco.
Fotos: Mateus Almeida
Promovido pela Prefeitura de Campina Grande, através da Secretaria de Cultura (Secult) e em parceria com a Associação de Quadrilhas Juninas (Asquaju/CG), o festival celebrou a união e a competição saudável entre as tradições culturais dos dois estados.
Com a participação de quadrilhas renomadas, como a Arriba Saia de Queimadas (PB), Cheiro de Malícia de Massaranduba (PB), Terra dos Fortes de Taperoá (PB), Arraiá do 40 de Campina Grande (PB), Molecodrilha de Caruaru (PE) e Flor da Vertente de Vertente do Lério (PE), o festival foi um espetáculo de cores, ritmos e emoções.
O presidente da Asquaju/CG, Lima Filho, deu início à competição ressaltando a importância do evento para a valorização das manifestações culturais e a parceria com a Secretaria de Cultura. “Quero agradecer a participação de todos os presentes, aos nossos jurados, às quadrilhas juninas participantes, à Liquaju/PE, e à Secretaria de Cultura, através do secretário André Gomes, que nos cedeu essa oportunidade de realizar o Festival Paraibuco aqui n’O Maior São João do Mundo”, destacou.
Também presente no evento o presidente da Liga Independente de Quadrilhas Juninas do Agreste e Mata Sul de Pernambuco (Liquaju/PE), Hallyson Melo, que expressou sua gratidão. “Quero agradecer pela oportunidade de fazer parte deste Festival, que fomenta a cultura popular e faz circular o movimento junino como um todo”, disse.
A noite começou com uma apresentação vibrante da junina Arraiá do 40, que encantou o público com sua alegria, cores e animação, com o tema “Brincar e dançar, deixa a imaginação te guiar”. Na sequência, a Arriba Saia apresentou o tema “Terreiro da Fazenda: Nas festas dos Santos, nas festas do povo”, celebrando as tradições rurais do Nordeste, cativando os presentes.
Já a Cheiro de Malícia trouxe o tema “Trisanza: O ritmo do Nordeste”, enaltecendo as diversas expressões rítmicas da cultura nordestina, como o forró, o baião e o xaxado. Na oportunidade, a rainha Jéssica Oliveira expressou a emoção de estar compartilhando experiências com os quadrilheiros de Pernambuco n’O Maior São João do Mundo.
“Para mim é uma emoção gigante estar aqui n’O Maior São João do Mundo e participando do Festival Paraibuco, representando a nossa cidade de Massaranduba, e compartilhando as nossas experiências com todos aqui”, reforçou Jéssica.
A Molecodrilha incendiou o Quadrilhódromo com o tema “Onde há fumaça, há fogo”, com uma apresentação para lá de envolvente. Lucineia Ferreira, marcadora e fundadora da junina, compartilhou sua alegria por participar pela primeira vez do evento. “Um festival maravilhoso aqui em Campina Grande e é um prazer imenso estar aqui com a minha junina. Minha inspiração para fundar a Molecodrilha, inclusive, veio da Moleka 100 Vergonha aqui de Campina. É um prazer celebrar a nossa cultura n’O Maior São João do Mundo”, referendou.
A atual campeã do Agreste Paraibano, a Terra dos Fortes, homenageou o mestre xilógrafo J. Borges com o tema “Xilogravura, encanto e amor talhado na madeira”, em um espetáculo mostrou a arte que perpetua a beleza da cultura nordestina. Por fim, a Flor da Vertente apresentou “Nas terras secas do Sertão surge o amor da Vaca Estrela e do Boi Fubá”, contando uma história de amor impossível, com encontros e desencontros, mas com um final feliz.
Após apresentações emocionantes, que lotaram o Quadrilhódromo, os jurados – compostos por nomes respeitados como o historiador, produtor e agente cultural Jandir Souto; o professor, produtor, cineasta e jornalista Hipólito Lucena; a professora de dança e coreógrafa Mowgly Brasil; o produtor e ativista cultural Carlos Augusto; e a professora, mestra em Antropologia e pesquisadora do movimento junino e das relações étnico-raciais que envolvem o brinquedo popular, Cristiane Souza -, anunciaram a _Terra dos Fortes_ como a grande vencedora da noite. Em segundo lugar ficou a Arriba Saia, em terceiro a Cheiro de Malícia, em quarto Flor da Vertente, em quinto a Molecodrilha, e em sexto lugar a Arraiá do 40.
O secretário de Cultura de Campina Grande, André Gomes, reafirmou a relevância do Festival Paraibuco para o fortalecimento da cultura local e como um marco importante n”O Maior São João do Mundo. “Este evento é um marco que une nossas tradições e celebra a riqueza da cultura nordestina. Ele representa muito mais do que um espetáculo de dança, simboliza a força da nossa cultura, a criatividade do nosso povo e o orgulho de pertencer ao Nordeste. As quadrilhas juninas são, sem dúvidas, protagonistas desta festa, carregando consigo nossas raízes, nossa história e a nossa alma. O Festival Paraibuco reforça esse compromisso da gestão municipal, fazendo da solidariedade cultural uma poderosa ferramenta de intercâmbio, fortalecendo as quadrilhas do nosso Agreste e de Pernambuco, e abrindo caminhos para que o Nordeste se conecte”, frisou ele.
Mostra das Campeãs
Simultâneamente, a Pirâmide do Parque do Povo recebeu a Mostra das Campeãs, com espetáculos deslumbrantes das juninas Flor de Lampião e Arraial em Paris, que também encantaram o público que lotou o coração do Quartel General do Forró.
Nesta segunda-feira tem mais
E nesta segunda-feira, 23, véspera de São João, o Parque do Povo e o Parque Evaldo Cruz se enchem de cultura e tradição a partir das 19h. A noite contará com um Cortejo Junino pelos dois espaços e o Festival de Grupos Folclóricos no Quadrilhódromo do Parque Evaldo Cruz, com os grupos Arius, Caetés, Raízes, Tropeiros da Borborema e Acauã da Serra. Já a Pirâmide recebe mais uma noite de Mostra das Campeãs, com as juninas Arraiá do 40 e Cestinha de Flores, além da participação especial da junina Eita Bagaceira, do Distrito Federal.
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