Autor: Notícias PMCG

Após 118 anos da chegada do trem em Campina Grande, Museu do Algodão conecta passado ao futuro

Administrado pela Prefeitura de Campina Grande, por meio da Secretaria de Cultura, o museu guarda objetos, documentos, maquinários e peças emblemáticas, entre elas a icônica locomotiva Maria Fumaça.

02/10/2025 11h07 Atualizado há 3 horas

Neste 2 de outubro, Campina Grande celebra os 118 anos da chegada do trem, um marco que mudou para sempre os rumos da cidade. A implantação da ferrovia, viabilizada em 1907 durante a gestão do então prefeito Cristiano Lauritzen, representou um divisor de águas no desenvolvimento econômico da Rainha da Borborema.

A locomotiva não apenas aproximou Campina do litoral e de outras regiões, mas também impulsionou o ciclo do algodão, consolidando o município como um dos principais pólos de produção do chamado “ouro branco” no Brasil.

A história desse período pode ser revivida no prédio da Estação Velha, hoje transformado no Museu do Algodão, espaço que preserva a memória do auge econômico da cidade. Administrado pela Prefeitura de Campina Grande, por meio da Secretaria de Cultura (Secult), o museu guarda objetos, documentos, maquinários e peças emblemáticas, entre elas a icônica locomotiva Maria Fumaça. A visitação é gratuita e aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 8h às 13h, e aos sábados, das 8h às 12h.

“O Museu do Algodão preserva uma parte fundamental da história de Campina Grande. Muitas pessoas, entre elas estudantes, visitam o local para conhecer o acervo, especialmente os maquinários e a Maria Fumaça, que encantam crianças e adultos. É uma oportunidade de se conectar com as raízes econômicas e sociais da cidade”, pontuou Betânia Andrade, historiadora e gerente do Museu.

Entre 1907 e o início da década de 1980, enquanto o ramal ferroviário esteve ativo para transporte de passageiros, Campina Grande viveu um ciclo de intenso crescimento e modernização. O que antes era apenas um ponto de repouso para tropeiros transformou-se em um vibrante centro urbano, alçando a cidade à condição de segunda maior da Paraíba e de uma das mais influentes do interior nordestino. Foi nesse período que nasceu o título de Rainha da Borborema, em alusão à região geográfica em que se encontra.

O trem desempenhou papel decisivo nesse processo. Além de integrar Campina às principais rotas comerciais, foi essencial para o escoamento da produção algodoeira, que ganhou repercussão mundial.

A cidade chegou a ser a segunda maior produtora de algodão do mundo e conquistou o apelido de “Liverpool brasileira”, em referência à cidade inglesa que liderava o comércio global da fibra.

O historiador Wanderley Brito ressalta a visão empreendedora do prefeito Cristiano Lauritzen, que lutou para trazer a ferrovia até Campina Grande. Lauritzen chegou a viajar duas vezes ao Rio de Janeiro, então capital do Império, para conseguir a extensão da linha férrea desde Itabaiana até a cidade Rainha da Borborema.

“O trem já existia em outras localidades da Paraíba, mas nenhuma delas conseguiu transformar essa chegada em progresso da mesma forma que Campina Grande. Aqui, a ferrovia foi o motor do empreendedorismo, impulsionando a produção e o comércio do algodão que vinha do interior”, destacou Wanderley.

Do passado ao futuro: o VLT

Mais de um século depois, Campina Grande dá um novo passo em direção ao futuro da mobilidade urbana. Este ano, foi anunciada a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), projeto aguardado há décadas pela população e lançado durante a gestão do prefeito Bruno Cunha Lima.

O VLT vai reaproveitar parte da antiga ferrovia, revitalizando um trecho de 15 km e implantando 10 estações que conectarão bairros, escolas, hospitais, áreas comerciais e o centro da cidade. A previsão é que o sistema entre em operação já em 2026, beneficiando diretamente mais de 100 mil pessoas.

Com investimento estimado em R$ 170 milhões, o VLT será um modal moderno, sustentável e eficiente, projetado para integrar-se ao sistema de transporte coletivo já existente, especialmente os ônibus, garantindo mais mobilidade e qualidade de vida para a população. O trajeto contemplará pontos estratégicos, como o polo universitário, industrial, hospitalar, comercial e o aeroporto, reforçando o papel de Campina Grande como cidade inovadora e de visão empreendedora.

Assim, ao mesmo tempo em que preserva a memória da ferrovia e do ciclo do algodão, Campina Grande escreve uma nova página de sua história, reafirmando sua vocação de cidade que cresce, se reinventa e segue avançando sobre trilhos rumo ao futuro.

Codecom


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