Na última segunda-feira (23), véspera de São João, ápice da festa d’O Maior São João do Mundo, as equipes da Ação Intersetorial receberam instruções para atuarem em mais uma noite de grande público no Parque do Povo. Um trabalho com atenção redobrada e monitoramento de possíveis violações de abuso e exploração de trabalho infantil, em relação às crianças e adolescentes.

Na ocasião, a ação recebeu a visita da professora de psicologia jurídica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Juliana Dominoni, natural do Rio de Janeiro e da historiadora e pesquisadora do município de Nova Petrópolis (RS), Carolina Auler. As duas foram conhecer de perto o trabalho realizado pela Prefeitura de Campina Grande, sob a coordenação da Secretaria de Assistência Social (Semas).

Recebidas pelo coordenador geral da Ação, Paulineto Sarmento, as visitantes acompanharam as instruções repassadas às equipes, conheceram o Espaço de Acolhimento da Criança e do Adolescente (Centro da Jovem), e ficaram encantadas com o trabalho realizado, sobretudo, com os resultados positivos no São João de Campina Grande. “Estou em Campina Grande há 13 anos e já acompanhava esse trabalho de longe. Este ano resolvi conhecer pessoalmente e estou orgulhosa e encantada com o comprometimento de todos os envolvidos, por entender que é um trabalho delicado, difícil e que exige muita preparação para atuar com essa proteção”, disse Juliana Dominoni.

A professora convidou a historiadora e pesquisadora Caroline Auler, que está em visita ao município e realiza pesquisa sobre Violações de Direitos desse público, junto à UFCG. “Eu percebo esse trabalho como essencial na garantia dos direitos da criança e do adolescente e inspirador, para quem sabe em um futuro próximo, apresentar esse exemplo na nossa cidade, Nova Petrópolis. Lá temos o ‘Festival Internacional de Folclore’ que tem uma representação cultural para a cidade, assim como o São João daqui, e a preocupação com as violações em relação à esse público, é a mesma. Quem sabe esse belo exemplo chegue de fato, em breve, às nossas autoridades municipais no Rio Grande do Sul”, ressaltou a pesquisadora.

“Importante demais recebermos esse reconhecimento, já que a Prefeitura através da Semas realiza essa ação pioneira no Maior São João do Mundo, com o apoio de outras secretarias. Um trabalho de abordagem que completa 10 anos em 2025, de forma exitosa. Não só Universidades, como a própria Vara da Infância e Juventude (VIJ) já cogitou, através do juiz, Perilo Lucena, apresentar essa experiência no São João de Caruaru. Temos sim a pretensão de expandir e mostrar essa expertise para outros estados, porque essa ação precisa ser vista e reconhecida, como uma metodologia de sucesso”, ponderou o coordenador geral, Paulineto Sarmento.

Abordagens – Parque do Povo e Galante

No período de 18 à 23 de junho (véspera de São João), foram realizadas 168 orientações no Parque do Povo. Desse total, foram 2 casos de trabalho infantil, 2 situações de crianças perdidas, que foram levadas para o Espaço de Proteção da Criança e Adolescente (Centro da Jovem), além 3 atendimentos no Posto Médico (prevenção) e 2 encaminhamentos para o Conselho Tutelar.

Já no distrito de Galante, nos três primeiros finais de semana (7 e 8, 14 e 15, 21 e 22), sábados e domingos, foram realizadas 318 abordagens, com 4 situações de trabalho infantil, 1 adolescente atendendo em barraca e um outro adolescente vendendo vaga em estacionamento. O mais grave, foi o caso de uma criança de 9 anos que foi vista consumindo bebida alcoólica, junto com adultos. O caso foi repassado ao Conselho Tutelar.

“Não temos dúvida que esse trabalho da Semas tem sido exitoso, já que dispomos de vários profissionais técnicos que atuam nos atendimentos de crianças e adolescentes, no dia a dia de trabalhos da pasta. Essa experiência tem sido aplicada nessas abordagens da Ação Intersetorial, por isso tem sido um grande sucesso. Melhor ainda, por saber que estamos protegendo de fato e direito o público infanto-juvenil”, concluiu o secretário da Semas, Fabio Thoma.

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