A Prefeitura de Campina Grande, por meio da Coordenadoria da Mulher, está reforçando os canais de atendimento neste mês em que são celebrados os 19 anos da Lei Maria da Penha e que intitulou o Movimento Agosto Lilás. Os serviços da Coordenadoria, direcionados às mulheres campinenses, estão unificados em um só whatsapp (83)3330-0925.

O whatsapp (83) 3330-0925 é exclusivo para atender em sigilo, com orientações, encaminhamentos, apresentação de dúvidas, ouvidoria e agendamentos envolvendo todo aparato de proteção através do Cram – Centro de Referência e Atendimento à Mulher. O objetivo desse serviço é otimizar o atendimento. Por isso, apenas uma linha passa a operar como atendimento em ligações e também via WhatsApp.

Segundo a advogada Talita Lucena, responsável pela Coordenadoria da Mulher em Campina Grande, o atendimento disponibiliza uma equipe especializada e treinada especialmente para atender demandas de mulheres em situação de violência, decorrente da desigualdade de gênero, podendo ser violência doméstica e familiar (psicológica, sexual, física, moral e patrimonial); violência sexual (abuso e exploração); violência institucional e o assédio moral.

O serviço funciona das 8h às 19h. Há também os atendimentos de forma presencial. Nos casos de mulheres em risco iminente de morte, o responsável pelo atendimento faz encaminhamento para outro equipamento, a exemplo da Casa Abrigo, após a o boletim de ocorrência que deve ser feito na Delegacia da Mulher.

“Em casos emergenciais nós disponibilizamos toda a assistência necessária, que vai desde o atendimento psicológico, jurídico até o acesso aos benefícios sociais. As ligações são gratuitas e sigilosas”, disse a advogada Talita Lucena.

Somente no ano de 2024 foram registrados cerca de 800 atendimentos na Coordenadoria da Mulher. As chamadas geralmente são para esclarecimentos de dúvidas e para agendamento de atendimento presencial. Atualmente, 150 mulheres estão sendo assistidas pela Coordenadoria, através de todos os equipamentos disponibilizados, como é o caso do Cartão Move Mulher, o Emprega Elas e outros.

“A ideia é ampliar, ainda mais, os canais de acesso para conseguirmos mudar esse cenário de violência contra a mulher, que tem aumentado cada vez mais. Por isso, a Prefeitura de Campina tem dedicado toda atenção para a redução dos casos de violência. A denúncia, mesmo que seja anônima, é fundamental para agirmos porque há muitas situações que demandam urgência de atendimento e o encaminhamento para os órgãos competentes”, ressaltou a advogada Talita Lucena.

Feminicídios em 2025 na Paraíba

De janeiro até julho deste ano a Paraíba registrou 20 feminicídios, de acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Foram 3 feminicídios registrados no mês de janeiro, seis no mês de fevereiro, mais três em março, 2 em abril, 3 em maio, 2 em junho e 1 em julho. Os números são considerados até os maiores dos últimos 10 anos.

Os casos registrados, em 2025, ocorreram em Coremas, Cajazeiras, Cacimba de Dentro, Araçagi, Campina Grande, Conde, Cuité, Itaporanga, João Pessoa, Patos, Mulungu, Pilões, Pombal, Santa Rita, Solânea e Marizópolis.

O Mapa no Brasil 2024/2025

De acordo com o Mapa da Segurança Pública de 2025, Quatro mulheres são assassinadas por dia no Brasil. Ao todo foram 1.459 vítimas em 2024, contra 1449 em 2023.

A Lei

Também conhecida como lei 13.104/2015, a lei do feminicídio, considera o assassinato de mulheres como um crime qualificado, quando ocorre em contextos de violência doméstica, familiar ou quando há menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
A alteração mais recente, foi a lei 14.994/2024 que ampliou a pena para casos de feminicídio, com reclusão de 20 a 40 anos e introduziu agravantes.

Codecom