Na sexta-feira da semana passada, dia 29, uma ação da Prefeitura de Campina Grande, realizada através da Secretaria de Cultura (Secult), se destacou em meio à programação cultural da cidade. O destaque ocorreu não pelas características dos presentes, mas por reforçar que a arte e a cultura são um bem imaterial de todos e para todos.

Germana Costa Rêgo é uma artista e ministra projetos de arte-educação na cidade Rainha da Borborema. Ela é uma pessoa com deficiência e já trabalhou com idosos, que também são pessoas com deficiência. E no dia 29 de abril, Germana esteve na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), para repassar seus ensinamentos por meio de um curso de pintura em óleo sobre tela.
Na ocasião, Germana destacou o quanto essas ações fazem parte de quem ela é. “Eu me sinto orgulhosa pelo trabalho que estou fazendo com essas pessoas como eu, eu também sou uma pessoa com deficiência, é uma das coisas que mais gosto de fazer e pretendo melhorar mais, o meu sonho é esse”.

Germana é mais uma das artistas contempladas pela Lei Aldir Blanc e a ação, da última sexta-feira, foi sua contrapartida à sociedade pelo recurso repassado pelo município.
A artista falou orgulhosa sobre uma de suas alunas da oficina. “Andrezza pinta também e a tática que estou ensinando a ela é pintura leve, com a textura mais grossa. Ela se empolgou muito com minha pintura e quer aprender comigo e eu estou gostando do que ela faz”, disse.
Andrezza também teceu elogios à professora. Afirmou que já pintava, mas que com Germana aprendeu as técnicas da pintura, desde segurar melhor o pincel, até pintar com mais levezas, possibilitando obras mais nítidas das que realizava antes da oficina. A aluna faz a pintura com a boca e, além de pintora, também escreve poemas e os divulga no Youtube. Segundo ela, as duas expressões artísticas se encaixam.
A ação não é a primeira de caráter inclusivo, realizada pela Prefeitura de Campina Grande. Mas, assim como outras, também merece destaque para que através de sua divulgação haja a expansão da chamada democratização cultural, no sentido de que mais artistas, sejam eles nomes já consolidados, novos talentos, pessoas com deficiência ou não, estejam em evidência e sendo valorizados pelo trabalho que exercem. A arte não exclui, ela projeta.
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