Com a recente apresentação de relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) da saída do Brasil do Mapa da Fome, a Prefeitura de Campina Grande, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), reforça que o Município vem se consolidando como um destaque na Paraíba quando o assunto é enfrentamento à pobreza e promoção da dignidade social. A cidade acompanha o movimento nacional de enfrentamento à fome com iniciativas próprias que potencializam esse avanço nos últimos anos.
Conforme levantamento da Secretaria, com base em dados do Cadastro Único do Município, no último ano, o risco de fome caiu de 6% em julho de 2024 (5 mil famílias entre 89 mil cadastradas) para 2% em julho de 2025 (1.900 famílias de 91.447 cadastradas). Para essa diminuição, a prefeitura leva em consideração os avanços municipais em ações da assistência social e aumento contínuo da empregabilidade formal, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Assim, destaca-se, no Município, a atuação da Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional (Csan), da Semas, que tem buscado fomentos e a aplicação do apoio às famílias em situação de insegurança alimentar, promovendo discussões sobre o território em conferências e fornecendo refeições, através do Restaurante Popular Prato do Povo, garantindo 500 almoços por dia, ao preço de 1 real, para diversas famílias no Distrito dos Mecânicos, desde agosto 2023.
Maria do Carmo, 72 anos, é usuária do Prato do Povo e retrata como o local mudou a vida de sua família. “Eu cato reciclagem, o meu marido e meu filho não podem trabalhar porque são doentes, então eu sustento a casa. Cozinho no fogão à lenha e esse lugar foi Deus quem mandou para a gente, porque quando chove o fogão não pega e se não fosse o restaurante ia ser só pão e água. Aqui temos refeição garantida, toda semana”, disse a mulher.
Outro projeto da Semas, neste sentido, é o “Receitas que Transformam”, no Centro de Referência em Assistência Social (Cras) do Jeremias, que une culinária, por meio do reaproveitamento de alimentos, além do empreendedorismo para mulheres do bairro. O projeto beneficia diretamente a qualificação profissional e a promoção da segurança alimentar para essas famílias, com técnicas de zero desperdício e geração de renda.
Maria José Lourenço, 41 anos, participa das atividades desde o ano passado. “Eu aprendi a preparar receitas como doces com casca de melancia e sucos naturais. Meu marido trabalha com reciclagem e temos duas filhas. Recebo o Bolsa Família, no valor de 600 reais e já estou pensando em utilizar esse recurso para comprar matéria prima e investir no que tenho aprendido, e passar a vender os produtos para ajudar na renda familiar”, declarou.
Já o Centro de Referência em Inclusão Produtiva (Crip), nesta gestão, garante o preparo e distribuição de pães para os usuários da Semas, alcançando unidades de acompanhamento direto aos usuários de serviços, como os Cras, Creas e as casas de acolhimento para crianças e adolescentes. Outro local que fornece refeições para pessoas em situação de extrema vulnerabilidade é o Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop). A unidade realiza, de segunda a sexta-feira, a entrega de cerca de 200 refeições diárias, distribuídas entre café da manhã, almoço e jantar.
“Avançamos muito no fortalecimento da Segurança Alimentar no município, na medida em que mantemos o Restaurante Popular, Crip, Centro Pop, o projeto ‘Receitas que Transformam’, além de mantermos parcerias com as OSCs (Organizações da Sociedade Civil), promovendo capacitações e cooperações financeiras. Essas entidades atuam com o acolhimento e distribuição de refeições, para pessoas em situação de vulnerabilidade social, em vários territórios na cidade, melhorando ainda mais essa realidade no município”, ressalta Ronaldo Rodrigues, coordenador do Csan.
Para o secretário da Semas, Fábio Thoma, “são políticas que vão da assistência emergencial à formação e geração de renda, que são fundamentais para romper o ciclo da pobreza e garantir um futuro mais justo e promissor para todos. A saída do Brasil do Mapa da Fome é um marco nacional, mas, em Campina, o protagonismo tem sido decisivo para transformar a realidade de centenas de familias”, enfatizou o secretário.
Codecom