O trabalho deixava longe do cigarro mais de 100 pessoas a cada ano, mas em 2016 a média de pessoas que deixaram de fumar por ano subiu para mais de 500, entre homens e mulheres em faixas etárias que variam de 18 até 90 anos de idade. Os números são resultados da expansão do programa, que já está presente em 35 unidades de saúde.O trabalho é desenvolvido com grupos de fumantes. Os grupos são formados com 15 a 20 pessoas que se reúnem para receber orientações e acompanhamento de médicos, psicólogos e assistentes sociais para ajudar a deixar o cigarro. Eles também recebem medicação, a exemplo do adesivo utilizado para diminuir a vontade de fumar e antidepressivos. Em algumas unidades as reuniões acontecem no período da noite para propiciar que os trabalhadores não deixem de participar.
O trabalho também é realizado com grupos de funcionários do Hospital Municipal Doutor Edgley Maciel e do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida. “É uma tentativa de deixar esses ambientes mais livres da poluição do cigarro, até porque são unidades de saúde”, explica a coordenadora do programa no município, Maria Gentil Montenegro.Os dados mostram que 81% dos inscritos inicialmente em média conseguem parar de fumar. O Ministério da Saúde entende que pelo menos 30% precisam deixar o cigarro para que o projeto seja considerado eficiente na cidade. “Estamos conseguindo eliminar o vício na grande maioria dos que chegam para participar dos grupos”, avalia Gentil.
Em Campina Grande foi desenvolvida uma terapia que tem alcançado resultados ainda melhores. A terapia auricular, ou acupuntura auricular, é utilizada com alguns dos fumantes. O modelo já foi aplicado em mais de dez grupos em unidades da Bela Vista, Major Veneziano, Três Irmãs, Cruzeiro e Jardim Paulistano. “Os pacientes ficam mais relaxados após as sessões, diminuem a tensão por não estarem fumando e fazem um tratamento alternativo antes mesmo da ingestão de medicamentos. Isto tem nos ajudado a tirar muitos fumantes do vício”, explicou a doutora Paula Falcão. O projeto foi premiado no 13º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade e foi apresentado no Congresso Internacional de Medicina da Família, o World Conference of Family Doctors (WONCA).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o cigarro é responsável por 90% dos casos de morte em pessoas com câncer de pulmão. Além do câncer de pulmão, fumar pode causar danos em outras partes do corpo e problemas cardiovasculares.
Prevenção
Para impedir e diminuir a formação de novos fumantes, a Secretaria Municipal de Saúde realiza em Campina Grande o Projeto Saúde na Escola – PSE, em parceria com a Secretaria de Educação do município. O PSE faz o acompanhamento em todas as instituições de ensino municipais da cidade, verificando a situação de saúde das crianças e dos adolescentes e informando e conscientizando para o não uso do cigarro.