O Teatro Severino Cabral mostrou mais um espetáculo da orquestra centenária, com serpentinas, frevos e marchinhas

A emoção e a saudade tomaram conta da plateia na noite desta última quinta-feira, 17. O palco do Teatro Municipal Severino Cabral apresentou o Concerto Carnavalesco da Filarmônica Epitácio Pessoa para cerca de 200 pessoas. A orquestra centenária mostrou um repertório das músicas carnavalescas, ao lado de artistas da cidade. O público foi acomodado em distanciamento, respeitando as normas de saúde devido à pandemia.

Um cortejo com o Boi Infica e integrantes das escolas de samba: Unidos da Liberdade e Bambas do Ritmo, abriu o evento. Os carnavalescos levaram o público para dentro do Teatro, onde desfilaram até o palco e animaram a todos com marchinhas. O roteiro histórico do Carnaval passou desde este ritmo, um dos pioneiros da festa de momos, até os atuais, como o axé. A realização foi da Prefeitura de Campina Grande, por meio da Secretaria de Cultura.

Na abertura do Concreto, a secretária de Cultura Giseli Sampaio falou da alegria em mostrar um evento com uma orquestra importante como a Filarmônica. Segundo ela, foi um pré-carnavalesco produzido para um público restrito, porém com o carinho que a data merece ser comemorada.

“Todos esses artistas que aqui estão, iniciando pela Filarmônica Epitácio Pessoa, toda equipe da Secretaria de Cultura, que esteve cuidando de todas as etapas de preparar essa noite, é importante perceber o quanto nos reinventamos. Estamos aqui celebrando o ciclo carnavalesco, totalmente readaptados, a este palco, a este templo das artes”, comentou.

O concerto teve também dois grupos folclóricos da cidade, o Ariús e o Caetés. A primeira cantora convidada foi Érika Marques, que cantou um dos sucessos do axé music, “Eva”. Em seguida, o cantor Augusto Arruda fez o público acompanhar o afoxé “Faraó”. Por último, a cantora Edra Véras encantou interpretando “Bandeira Branca”, em uma homenagem emocionante ao carnavalesco Raimundo Formiga, que morreu no mês passado.

Formiga atuou muitos anos num patrimônio imaterial da cultura da cidade, o Bloco da Saudade, com o estandarte do bloco e promovendo a cultura do carnaval de rua. A fundadora do bloco e amiga pessoal de Formiga, Eneida Agra Maracajá, esteve presente cantando e se emocionando o tempo todo. Ela falou ao público como o carnaval movimenta a economia e os sonhos do povo.

“Estou muito emocionada por causa dessa homenagem a Raimundo Formiga. Porque quando assumi a direção desse teatro, ainda solteira na década de 70, foi nosso primeiro encontro com Raimundo aqui. E ele sempre fazendo “A Ratolândia”, muitas outras peças, como “A Casa do Bode”. Finalmente, ele tornou-se funcionário da casa [teatro], depois fomos para universidade e ele foi conosco”, relembrou Eneida.

Antes, a Filarmônica foi elogiada por Eneida como “maior bem cultural sempre atuante” na cidade. “Amo vocês! É a coisa mais bonita que Campina Grande tem hoje, é a nossa Filarmônica”, disse aos músicos. A orquestra foi composta por 40 músicos e dois maestros, Wamberto Pereira e Gedeão Faustino. O repertório foi escolhido em parceria com as equipes de música e dança, da Secretaria de Cultura, que participou com bailarinos, além dos artistas dos grupos folclóricos.

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