Sete estudantes da Rede Municipal de Campina Grande estão na fase final de preparação para representar a cidade na Asia International Mathematical Olympiad (AIMO), que acontecerá em Tóquio, no Japão, no próximo dia 3 de agosto. Durante os últimos meses, eles participaram de aulas focadas em resolução de problemas matemáticos e de um curso intensivo de inglês instrumental.
Para as aulas de matemática, a Prefeitura de Campina Grande, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), montou uma sala especial decorada com o tema do projeto Rede Olímpica, equipada com ar-condicionado e garantindo conforto e motivação aos estudantes durante os encontros no contraturno escolar.
O professor Alecio Soares, responsável pela preparação em matemática, adotou uma metodologia específica para as olimpíadas. Desde o primeiro contato com os conteúdos, os estudantes foram desafiados a resolver problemas, estimulando a criatividade, o raciocínio lógico e a autonomia intelectual.
“Na preparação, não partimos de conceitos para chegar aos exercícios, mas dos problemas para construir os conceitos. Essa abordagem desenvolve a autonomia e amplia as conexões entre conteúdos matemáticos e de outras áreas. Eles apresentam muita segurança, regularidade e evoluíram muito em autoconfiança ao longo do processo”, afirmou Alecio.
Já o curso de inglês aconteceu ao longo de quatro meses, em uma parceria da Secretaria de Educação com a escola de idiomas Yázigi, tendo como objetivo preparar os estudantes para compreenderem e responderem às questões da prova, que será aplicada inteiramente em inglês.
De acordo com o professor Gabriel Benjamin, responsável pelo curso de inglês, o foco foi desenvolver principalmente a habilidade de leitura e a compreensão escrita dos estudantes, com ênfase no vocabulário matemático específico das olimpíadas. “Quando falamos de aprender um novo idioma, trabalhamos quatro habilidades: leitura, escrita, fala e audição. Mas, aqui, o principal foi a leitura e interpretação dos enunciados. Muitos nunca haviam estudado inglês antes, mas evoluíram rapidamente”, explicou.
Gabriel destaca que o maior desafio foi adaptar o inglês escolar para o nível exigido por uma prova internacional de matemática. “Os problemas têm contextos diversos, falam de fazendas, frutas, situações cotidianas e científicas. Em quatro meses, não é possível aprender todo o vocabulário necessário. Então, trabalhamos também estratégias para resolver questões sem entender cada palavra, mas compreendendo o sentido geral”, destacou.
Com mais de 150 premiações em olimpíadas nos últimos dois anos, a equipe pedagógica reforça que o desempenho dos estudantes demonstra que estar em uma escola pública ou em comunidade rural não limita o potencial de aprendizado.
“Essa experiência mostra que, com estímulo e oportunidade, eles podem chegar a qualquer lugar, inclusive ao Japão”, concluiu o professor Alecio Soares.
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