Autor: Notícias PMCG

Forró no Coração: São João de Campina Grande reafirma raízes nordestinas com programação plural e majoritariamente regional

Com 95% de sua grade dedicada ao forró, evento celebra a diversidade da música nordestina sem deixar de abrir espaço para outros ritmos no palco principal.

24/06/2025 11h47 Atualizado há 5 horas

O São João de Campina Grande 2025 segue confirmando por que carrega o título de maior do mundo. A festa, que movimenta a cidade por mais de um mês, reúne tradição, inovação e uma poderosa representação da cultura nordestina. A música, elemento central das celebrações, é o fio condutor de uma experiência que vai muito além da estética junina: é um ato de resistência cultural, fortalecimento identitário e também um espaço de diálogo com outras regiões do país.

A edição deste ano apresenta uma programação robusta, com mais de 800 apresentações espalhadas por 17 palcos, incluindo os do Parque do Povo, distritos como Galante, Pirâmide, ilhas de forró, coretos e o palco cultural. Somente até o dia 19 de junho, 51 atrações já haviam se apresentado no palco principal. E a expectativa é que esse número cresça significativamente até o encerramento da festa, no início de julho.

Mesmo com a presença de artistas de gêneros diversos, como funk, sertanejo, eletrônico, gospel, brega e samba, o forró continua sendo o protagonista absoluto. Segundo levantamento da organização do evento, cerca de 95% das apresentações em todos os palcos são de forró, nas suas mais diversas vertentes: eletrônico, pé-de-serra, piseiro e xote romântico. No palco principal, o mais eclético da programação, o forró ainda responde por 70% a 75% da grade, dividindo espaço com outros gêneros que refletem o desejo e pluralidade do público.

Essa escolha é estratégica: 15 dos 17 palcos mantêm exclusivamente o forró em sua programação, como é o caso de todos os coretos e ilhas, além da maioria dos palcos em Galante e no Parque do Povo. Apenas o palco principal e o cultural abrem espaço para outros estilos, mas ainda assim com predominância de artistas nordestinos, garantindo coerência com a proposta da festa.

Entre os nomes confirmados para este ano, a representatividade regional é evidente: mais de 80% dos artistas são nordestinos, oriundos de estados como Paraíba, Pernambuco, Ceará, Bahia, Alagoas e Rio Grande do Norte. Estão na grade nomes que representam a tradição, como Elba Ramalho, Flávio José, Santanna, Alcymar Monteiro, Dorgival Dantas, Xand Avião, Walkyria Santos, Wesley Safadão, Limão com Mel e Alceu Valença. Ao lado deles, a nova geração do forró ocupa o palco com força: Mari Fernandez, João Gomes, Barões da Pisadinha, Tarcísio do Acordeon e Vitor Fernandes, entre outros.

Mas o São João de Campina Grande também tem espaço para diálogos musicais contemporâneos. Ritmos como o sertanejo (Luan Santana, Jorge & Mateus, Henrique & Juliano), o brega romântico (Raphaella Santos, Priscila Senna), o pagode (Sorriso Maroto), a música eletrônica (Alok) e até o hip hop (Matuê, Hungria) surgem pontualmente, especialmente no palco principal. Essa presença, embora minoritária, amplia o alcance do evento e reforça sua vocação de grande vitrine da música popular brasileira.

Outro ponto alto da programação é o espaço dedicado aos artistas locais e regionais, como Gitana Pimentel (natural de Campina Grande), Capilé, Jefferson Arretado, Bob Léo e Fabiano Guimarães. Eles representam a alma da festa, conectando diretamente o evento com a produção cultural da cidade e do estado. “Essa valorização não é apenas simbólica — é política e afetiva, refletindo o compromisso da festa com sua terra e com seu povo”, destaca um dos coordenadores do evento.

O São João de Campina Grande 2025 é, portanto, muito mais que uma festa: é um espaço de celebração da identidade nordestina, de fortalecimento do forró e de abertura para a diversidade. Com mais de 800 apresentações previstas, milhares de turistas circulando pela cidade e uma programação que equilibra tradição e inovação, a festa reafirma seu lugar no calendário cultural do Brasil. E faz isso com o que tem de mais autêntico: o forró no coração e a alma nordestina pulsando em cada acorde.

Texto: Augusto Arruda/Arte Produções

Fotos: Arte Produções


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