Campina Grande é uma cidade em constante expansão. Na última década seus mapas urbano e rural se redesenharam em ritmo acelerado para acompanhar o aumento populacional e a demanda por moradia. A expansão trouxe avanços na infraestrutura e impulsionou a criação de novos empreendimentos habitacionais, consolidando, também, na abertura de novos bairros, especialmente na região Sudoeste. Nesta área está localizado o bairro Três Irmãs, que atualmente possui 33,2 mil habitantes, superando as Malvinas, com 27,5 mil.
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Localizado no Agreste da Paraíba, o município possui 591,7 Km² de extensão territorial. A zona urbana ocupa 144 km², abrigando 61 bairros e os três distritos: Galante, São José da Mata e Distrito de Catolé. Já a zona rural soma 75 comunidades, atualmente contabilizadas, distribuída em 448 km².
Mas, diante da topografia da cidade, o crescimento horizontal de Campina Grande começa atingir os limites urbanos. É neste contexto que o Novo Plano Diretor, sancionado pelo prefeito Bruno Cunha Lima, em janeiro de 2025, propõe uma nova lógica de expansão: o adensamento da área central da cidade por meio da verticalização, sem abrir mão das áreas de preservação do patrimônio histórico.
Para o secretário de Planejamento, arquiteto e urbanista, Marcus Nogueira, o adensamento na área, pode ser uma solução para reverter o esvaziamento do centro, problema encontrado em diversas cidades de médio e grande porte.
“Quando há um uso misto com oferta de comércio, serviço e habitação, incentivamos as pessoas voltarem a morar nessas áreas centrais, onde já existe infraestrutura. Isso melhora índices de segurança, reduz custos com o transporte coletivo e a coleta de lixo. As pessoas passam a viver próximas do trabalho, da farmácia, padaria, da escola do filho. Esta também seria uma forma de resolver o problema de esvaziamento do centro da cidade”, explicou.
O adensamento estratégico e a verticalização ordenada seguem tendências do urbanismo contemporâneo e tem sido solução para cidades como Paris, na França. Campina Grande sempre se destacou pela sua vanguarda e agora, através do Novo Plano Diretor, propõe diretrizes que incentivam o investimento em empreendimentos verticais na área central.
O secretário-executivo de Planejamento, arquiteto e urbanista e vice-presidente da Comissão de Revisão do Novo Plano Diretor, Túlio Duda Paz, ressalta que a verticalização de Campina Grande é uma oportunidade para expansão da cidade, além de promover habitação mais barata, mobilidade ativa e a configuração de bairros mais dinâmicos e sustentáveis.
“No urbanismo contemporâneo temos a cidade em 15 minutos, onde as pessoas resolvem questões do seu dia a dia, especialmente o seu deslocamento, neste curto espaço de tempo sem precisar usar o transporte particular. É economia, sustentabilidade e qualidade de vida para todos. Campina está sempre antenada ao que está sendo feito no mundo e, através do Novo Plano Diretor, projeta a cidade para o futuro e a verticalização da área central é uma tendência e oportunidade”, disse.
O Novo Plano Diretor prevê, ainda, que o adensamento da área central através da verticalização, seja desenvolvido por meio de um planejamento urbano estruturado, para evitar sobrecarga na infraestrutura e problemas ambientais.
Plano Diretor
O Plano Diretor é uma lei municipal que determina que o desenvolvimento do município deve ser orientado por Políticas Setoriais que especifiquem objetivos e diretrizes para o desenvolvimento integrado e transversal das diversas áreas ou setores de interesse da população.
As Políticas Setoriais, integram e orientam a política de desenvolvimento urbano e devem ser aplicadas pelo Poder Executivo de forma integrada na realização dos objetivos definidos, abrangendo as seguintes áreas: Governança e Gestão; Desenvolvimento Econômico; Meio Ambiente; Saneamento Ambiental; Habitação; Mobilidade Urbana; Patrimônio Cultural; Educação; Saúde; Assistência Social; e Segurança Pública.
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