Campina Grande se prepara para sediar um evento inédito que promete emocionar e resgatar tradições: o Encontro de Filarmônicas. A iniciativa, realizada pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Cultura (Secult-CG), acontecerá no próximo sábado, dia 17 de maio, a partir das 18h, no Pátio de Eventos do Parque Evaldo Cruz.
Pela primeira vez, a Rainha da Borborema receberá um encontro dedicado exclusivamente às filarmônicas, verdadeiras guardiãs da música instrumental e da cultura popular nordestina.
Nesta edição especial, o evento reunirá a nossa centenária Filarmônica Epitácio Pessoa, carinhosamente chamada de “Sá Zefinha” — equipamento cultural mais antigo em atividade de Campina Grande, com 126 anos de história — além de mais quatro orquestras vindas das cidades de Boa Vista, Serra Redonda, Sumé e Santa Cruz do Capibaribe (PE).
Durante a noite, os músicos irão embalar o público com clássicos juninos, dando o tom e aquecendo os corações para a chegada d’O Maior São João do Mundo. Será uma oportunidade única para prestigiar o talento dos instrumentistas, a beleza das composições tradicionais e a força das filarmônicas como importantes expressões artísticas e culturais da região.
Mais do que um espetáculo musical, o Encontro de Filarmônicas reafirma o compromisso da gestão municipal em valorizar e manter viva a tradição deste importante equipamento na cidade, destacando a história da Filarmônica Epitácio Pessoa e de todas as orquestras participantes para a cultura popular.
“Esse Encontro de Filarmônicas é muito mais do que um evento musical, é um verdadeiro resgate de memórias afetivas e culturais que fazem parte da história de Campina Grande e da nossa região. As filarmônicas sempre tiveram um papel fundamental na formação cultural das cidades do interior, animando festas, procissões, celebrações juninas e momentos históricos. Trazer essas orquestras para se apresentar no Parque Evaldo Cruz, às vésperas d’O Maior São João do Mundo, é valorizar essa tradição e dar visibilidade a esses músicos que mantêm viva a nossa identidade cultural. Além disso, é também uma forma de reconhecer e celebrar a importância da nossa Filarmônica Epitácio Pessoa, a querida ‘Sá Zefinha’, que há 126 anos encanta gerações e segue como símbolo de resistência e amor à cultura campinense.”, referendou o secretário de Cultura, André Gomes.
Encontro de Filarmônicas
Filarmônica Epitácio Pessoa (Campina Grande – PB)
Criada em 15 de novembro de 1898 pelo professor Antônio Balbino, a Filarmônica Epitácio Pessoa é o equipamento mais antigo de Campina Grande. Já teve vários nomes, como “XV de Novembro”, “Filarmônica Campinense” e o apelidado carinhosamente “Sá Zefinha”, em homenagem a uma fã da década de 1920. Tornou-se patrimônio cultural da cidade e recebeu o nome atual em 1950, em homenagem a Epitácio Pessoa, único paraibano a presidir o Brasil. A filarmônica se destacou nacionalmente ao ser vice-campeã no 1° Concurso Nacional de Bandas, em 1977. Atualmente, é gerida pela prefeitura e tem como diretores os maestros Wellington Silva, Wamberto Pereira e o músico Rivanildo Barbosa.
Filarmônica Municipal Bom Jesus dos Martírios (Boa Vista – PB)
Fundada em 14 de novembro de 1949 na cidade de Boa Vista, a Filarmônica Municipal Bom Jesus dos Martírios surgiu para animar festas locais. Após ficar inativa por um tempo, foi reativada nos anos 1960 e declarada de utilidade pública em 1969. Tornou-se municipal em 1998, sendo administrada pela Prefeitura Municipal de Boa Vista. Hoje, sob regência de Airton Cunha (ex-aluno da banda), mantém uma escola de música gratuita para formação de novos artistas.
Filarmônica Municipal Abdon Tavares (Serra Redonda – PB)
A Banda Filarmônica Abdon Tavares foi fundada em fevereiro de 2001, reunindo jovens e adultos sob a regência inicial dos maestros Francisco Paulo e Djalma Marques. Com um repertório diversificado, que inclui marchas, dobrados, forró, baião e outros ritmos, a banda participou de importantes eventos regionais e cívicos, como a procissão de São Pedro, o desfile de 7 de setembro e encontros de bandas em várias cidades paraibanas. Por alguns anos, esteve desativada e foi revitalizada em 2022 pela gestão municipal, com apoio da Secretaria de Assistência Social da cidade. Atualmente, sob a regência do maestro Gedeão Faustino, conta com 45 músicos e diversos aprendizes, oferecendo aulas gratuitas e mantendo atividades ao longo do ano.
Filarmônica Maestro Antônio Josué de Lima (Sumé – PB)
Criada em 1926 como Filarmônica São Tomé, teve como fundador e primeiro maestro Antônio Josué de Lima. Após um período de inatividade, foi municipalizada e rebatizada em sua homenagem, sob a regência do maestro Antônio Bezerra da Silva (Tonteira). Atualmente está sob comando de Diego Bruno de Souza, com 45 músicos ativos.
Sociedade Musical Novo Século (Santa Cruz do Capibaribe – PE)
Criada oficialmente em 4 de outubro de 1900, mas com origem no final do século XIX, foi fundada por Pedro Ferreira Pedrosa e José Teodoro Aragão. Inicialmente chamada “Sociedade Musical Triunfo Santa-cruzense”, depois adotou o nome atual. Teve apoio popular para aquisição de instrumentos. Seu primeiro maestro foi Antônio Cisne, seguido por Joaquim Muniz Facão.
Codecom