Na manhã desta sexta-feira, 14, equipes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e do Programa de Abordagem Social para Crianças e Adolescentes em Situação de Rua (Ruanda), da Prefeitura de Campina Grande, através da Secretaria de Assistência Social (Semas), realizaram um trabalho de conscientização, adesivagem e busca ativa em alguns pontos da Feira Central, como parte da prevenção ao trabalho infantil.

No local, as equipes abordaram a dona de casa E.S, de 30 anos, que tem 7 filhos e mora no Distrito dos Mecânicos. Ela conta que costuma frequentar a feira na companhia de dois filhos menores, em busca de ajuda de alimentos ou financeira, e recebeu as devidas orientações. As equipes mostraram a importância dela ser acompanhada junto com os filhos, pelo Centro de Referência em Assistência Social (Cras), no território onde mora, para que possa ter acesso a vários benefícios para toda a família.

A mulher deve receber, em breve, a visita de uma equipe em casa que vai verificar a real situação da família, e ficou grata pela atenção. “Eu percebi aqui que posso melhorar a minha vida e a dos meus filhos em muitas coisas. Eu não vejo a hora de receber a visita da equipe em casa e sei que essa ajuda, será muito bem vinda”, disse a mulher.

Os filhos dela, L.G, de 7 anos, que está no 2º ano primário e o garoto, G.S, de 3 anos, receberam a devida atenção da equipe, com a oferta de pintura e livros infantis, e ficaram felizes com um rápido, mas importante momento de lazer bem no coração da feira central. “Eu sempre venho com a minha mãe pra cá, mas gosto de estar na minha escola. Mas também gosto de brincar, dançar e cantar. E também gosto de ir a Igreja”, disse a garotinha.

As equipes também adesivaram cartazes com orientações e lembraram a alguns comerciantes sobre a importância do trabalho da Semas, através dos programas, no sentido de evitar a presença de crianças desacompanhadas no local, e especialmente, em possíveis situações de trabalho infantil. O comerciante Alexandro Nascimento, que atua na feira há 30 anos, contou que é frequente a presença de pais com filhos, pedindo ajuda no local.

“Essa mulher mesmo que vocês abordaram, sempre está por aqui pedindo com as crianças, mas não costumo ajudar, porque sei que vira um hábito. Eu acho errado, mas tem muita gente que acaba ajudando, mas entendo que ela é nova e pode tentar cuidar dos filhos de outra forma”, disse o comerciante.

De acordo com a administração da Feira, um trabalho importante para conscientizar as famílias e comerciantes, que todos precisam dar as mãos no combate ao trabalho infantil e outras situações de risco, envolvendo menores. “Muitas vezes nos bares, os pais estão bebendo e levam o filho menor junto e sabemos que não é aconselhável. As vezes, pessoas estranhas se aproximam e é arriscado, pois não se sabe o que passa na cabeça dessas pessoas, especialmente com o alto índice de casos de pedofilia, atualmente”, admitiu o administrador, Agnaldo Batista.

Para a coordenadora do Peti e supervisora de Proteção Especial, Kyssia Almeida, um trabalho permanente da Semas e que se torna ainda mais importante nessa época de final de ano, já que aumenta a movimentação em locais como a feira. “Nós buscamos exatamente esse enfrentamento, pois sabemos da grande movimentação de pessoas, onde muitas situações envolvendo menores podem passar despercebidas, como a que encontramos aqui hoje. A ação terá continuidade já que o nosso objetivo é justamente conscientizar os pais, além de comerciantes e clientes, que todos nós somos responsáveis pelos cuidados com as crianças e dessa forma, estamos garantindo os direitos de cada uma delas”, disse a coordenadora.

“Estamos sempre atentos a esses cuidados, especialmente no que diz respeito às crianças e adolescentes em nosso município. O trabalho da Semas é permanente no combate ao trabalho infantil e as nossa equipes estão preparadas para a devida orientação e encaminhamentos necessários”, disse o secretário da Semas, Fábio Thoma.

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