Uma parceria entre a Prefeitura de Campina Grande, por meio da Secretaria de Planejamento (Seplan), e a Unifacisa, já digitalizou quase 700 arquivos entre projetos antigos, plantas, mapas, catálogos e outros, apenas neste segundo semestre de 2025. A ação faz parte do projeto Acervo Digital, integrado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da instituição, e visa a preservação dos documentos, através da digitalização e catalogação dos registros históricos, urbanos e arquitetônicos da cidade. O intuito é facilitar o acesso da população e pesquisadores às informações, assim como da própria gestão municipal.
O projeto conta com pelo menos 25 alunos da Unifacisa, e dois voluntários da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e é desenvolvido em uma sala na Biblioteca Municipal Felix de Souza Araújo, onde o acervo físico está sendo organizado. De acordo com o arquiteto do Patrimônio, professor da Unifacisa e coordenador do projeto, Daniel Celegatti, já foram encontrados plantas e projetos antigos, como um mapa desenhado à mão, datado do final da década de 1970; um mosaico de fotos aéreas de Campina Grande, de 1982, produzido pela Embrafoto (Empresa Brasileira de Aerofotogrametria), que consistia em fazer fotos aéreas da cidade e depois juntar em um único plano; além de um livro com dados estatísticos do Brasil de 1959.
O professor destacou o choque geracional dos alunos ao se depararem com os arquivos antigos, em uma época em que os instrumentos utilizados pelos profissionais não possuíam a tecnologia atual.
“Eles ficam encantados quando veem plantas desenhadas à mão. Tudo era produzido com caneta nanquim e era necessária uma grande equipe para fazer um mapa. Hoje em dia temos a tecnologia BIM, que é um programa que já realiza todo o modelo 3D, gera plantas, cortes e fachadas. Então é um aprendizado grande ao se deparar com a história”, disse o professor.
A aluna do 4º período do curso, Ana Cecília Ribeiro, confirma a fala do professor e ressalta que a experiência é única e tem sido importante para sua formação enquanto profissional e para a compreensão do desenvolvimento arquitetônico e urbano de Campina Grande.
“Ao entrar em contato com os documentos e desenhos que marcam diferentes períodos de evolução da cidade, com plantas de 30, 40, 50 anos, é possível compreender como as decisões arquitetônicas e urbanísticas refletiram nos contextos sociais e culturais da época. Além disso, essa vivência consiste em conhecer o valor do nosso patrimônio arquitetônico como parte essencial da sociedade campinense, além da minha formação enquanto profissional”, completou.
O projeto ainda consiste em conscientizar as novas gerações para a importância da preservação do patrimônio histórico e da memória da cidade e, por isso, abre espaço para que alunos da rede municipal e privada visitem o local e tenham uma experiência imersiva no passado arquitetônico e urbanístico da cidade.
Os arquivos estão sendo armazenados em um drive do projeto disponibilizado no Instagram @acervodigitalcg e, também, será disponibilizado no site do Observatório de Campina Grande, através do endereço eletrônico: observa.campinagrande.br
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