Autor: Notícias PMCG

Projetos de extensão de universidades de Campina participam da cobertura d’O Maior São João do Mundo

Alunos dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Educomunicação fazem do Parque do Povo um grande laboratório e colocam em prática o que aprenderam em sala de aula, trazendo retorno para a cidade.

07/07/2025 7h05 Atualizado há 4 horas

Uma festa da grandiosidade d’O Maior São João do Mundo é um espaço multifacetado aberto também ao campo da educação, inclusive em áreas específicas como a de mídia. Durante o período dos festejos juninos, estudantes de graduação aprendem na prática o ofício que escolheram, por meio de atividades de projetos de extensão.

Três projetos da área de comunicação operam n’O Maior São João do Mundo: o Job Junino (JJ), do curso de Publicidade e Propaganda da Cesrei, Repórter Junino (RJ), de Jornalismo na UEPB e Repórter Educom (RE), do curso de Educomunicação da UFCG. Neles, estudantes destes cursos têm a possibilidade de experimentar as vivências da comunicação, que são ensinadas de forma teórica em sala de aula, mas que necessitam muito da prática cotidiana.

A extensão universitária é uma troca inestimável dos futuros profissionais com a sociedade, que se beneficia da ciência executada, a princípio, dentro das faculdades, mas que rompe estes espaços físicos trazendo um retorno social grande. Dentro do universo da comunicação, ela pode ser a primeira experiência profissional para muitos estudantes, este foi o caso de Emily Piano, que está no terceiro período de Jornalismo na UEPB e atua há dois anos como fotógrafa no Repórter Junino. Ela falou sobre a importância da experiência na cobertura: “É muito importante para a gente que é estudante ter essa noção de como é trabalhar, principalmente n’O Maior São João do Mundo. A gente que é aqui de Campina, e todo mundo, na verdade, sabe a importância do São João, da cultura, do quanto é bonito. Eu venho pro São João faz muito tempo, desde pequena e poder trabalhar aqui… é uma coisa que nunca imaginei! Poder fazer isso aqui é incrível, é uma sensação que eu nem consigo descrever em palavras”.

O pioneiro Repórter Junino

E por falar em Repórter Junino, ele é o projeto de extensão mais longevo do curso de Jornalismo na UEPB e atua há 20 anos na cobertura do São João, não só de Campina, mas também de outras cidades paraibanas e outros estados do Nordeste, sendo um verdadeiro banco de dados da memória da festa. Em cada edição, cerca de 40 estudantes se dividem nas funções de repórter, fotógrafo, editor audiovisual e editor de redes sociais. O professor Fernando Firmino é idealizador e coordenador do projeto e enxerga o processo como oportunidade para a formação de futuros jornalistas. Ele falou também sobre como a presença dos projetos universitários é uma contribuição efetiva nesse processo de valorização: “No caso do RJ, cobrimos toda a festa – do palco principal aos distritos –, mas temos um compromisso com o fortalecimento da cultura popular como as quadrilhas juninas, os trios de forró, os grupos folclóricos, os repentistas, emboladores, comidas típicas, artesanato. Essa é, pra gente, a verdadeira diversidade do São João e a identidade dos festejos juninos”.

E não são apenas os nordestinos que entendem o valor inestimável do São João. Kássia Queiroz é paulista, mora em Campina Grande há três e está no primeiro período do curso de Jornalismo da UEPB e já sabe a importância da nossa cultura popular. Ela atuou como repórter no RJ pela primeira vez na edição 2025 e enfatizou as inúmeras possibilidades que o projeto oferece aos estudantes: “Foi uma oportunidade incrível pra mim logo de cara, no início do curso eu poder ter vivenciado tudo que eu vivi. Foram experiências, aprendizados que com certeza eu vou levar pro resto da minha vida e vão ser muito importantes na questão do mercado de trabalho, porque o que a gente vivencia aqui no Repórter Junino eu tenho certeza que se não é igual, é muito parecido ao que a gente vivencia no ambiente de trabalho. Então tudo que eu aprendi aqui eu vou levar pro restante do curso e pra vida. Sou muito grata por essa oportunidade”.

Festa junina como laboratório educomunicativo

Outro projeto de extensão que atua desde 2024 no São João é o Repórter Educom. Vinculado ao curso de Educomunicação da UFCG, em parceria com o Departamento de Comunicação da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG), no ano passado os alunos participantes produziram 100 horas de imersão jornalística, 60 reportagens escritas e 40 audiovisuais, com foco nos aspectos culturais e históricos d’O Maior São João do Mundo. Em 2025 o RE contou com a participação de vários docentes do curso e egressos que também fortalecendo as ações educomunicativas na festa.

Rosildo Brito, coordenador do Repórter Educom, explicou que o projeto é uma experiência laboratorial que enriquece a formação acadêmica e profissional dos estudantes, dando visibilidade ao trabalho desenvolvido, que é veiculado no site da prefeitura e em outros portais. Sobre a atuação dos participantes, ele falou: “A proposta consiste numa imersão educomunicativa de cunho etnográfica nesta que muito mais que uma festa, é um acontecimento multidimensional e sociocultural, com a finalidade de destacar as raízes culturais do povo nordestino que caracterizam os festejos juninos e que estão presentes no Maior São João do Mundo, enquanto grande vitrine e evento propulsor das tradições nordestinas”.

Cobertura publicitária

Completando a trinca de projetos de extensão, o Job Junino, do curso de Publicidade e Propaganda da Cesrei Faculdade, iniciou a cobertura do São João em 2018 de maneira mais informal, através de estágios na festa, atuando como fotógrafos, redatores e designers. Em 2022 as ações foram formalizadas através de uma parceria com a Prefeitura Municipal de Campina Grande, por intermédio da Coordenadoria de Comunicação. Em 2023 o JJ passou a contar também com o apoio da Arte Produções.

O Job Junino O projeto tem como foco a valorização da cultura popular nordestina e paraibana, integrando teoria e prática na formação dos alunos e funciona como um laboratório móvel de produção e cobertura publicitária. Durante o ciclo, 15 estudantes foram escolhidos e capacitados para atuar em áreas como redação, fotografia, audiovisual, videomaker, storymaker, mídias sociais e criação.

Mariana Cantalice está no sexto período de Publicidade e Propaganda e participou pela primeira vez da cobertura junina do JJ. Ela destacou a importância da experiência para o entendimento do trabalho de comunicação em eventos e como pôde desenvolver habilidades e descobrir novas áreas de interesse: “Cobrir um evento do porte d’O Maior São João do Mundo envolve alguns desafios naturais desse tipo de produção. A logística, por exemplo, exige organização e planejamento, já que há muitos espaços, atrações simultâneas e um grande fluxo de pessoas. É preciso definir bem as pautas e como elas serão desenvolvidas. Também há a responsabilidade de comunicar com precisão e sensibilidade cultural, de forma acessível e impactante. Do ponto de vista técnico, é essencial garantir a qualidade do conteúdo seja em imagem, áudio ou texto. Mas, mesmo com esses desafios, cada experiência representa uma oportunidade valiosa de aprendizado e crescimento profissional”.

O que diferencia o Job Junino dos outros dois projetos de extensão é o viés publicitário, essencial para uma festa do tamanho d’O Maior São João do Mundo. Assim, os estudantes participantes deste projeto analisam estrategicamente o evento sob a perspectiva da comunicação de marca, comportamento do consumidor e experiência do público: “A publicidade tem um papel essencial no fortalecimento da marca d’O Maior São João do Mundo. A visibilidade que o evento alcança por meio das campanhas contribui diretamente para atrair novos públicos, além de impulsionar o turismo e a economia da cidade. Também é uma forma de manter o São João de Campina Grande em destaque durante todo o ano, reforçando sua importância como um dos maiores símbolos culturais do Nordeste”, finalizou Mariana.

Entre Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Educomunicação, muitos profissionais que atuam na imprensa campinense, paraibana e nordestina, passaram por esses projetos, que são verdadeiros laboratórios de comunicação e tiverem a experiência de cobrir o São João de Campina Grande. O jornalista Artur Lira foi um deles. Entre 2011 e 2013, ele teve a oportunidade de atuar no Repórter Junino, já no primeiro período, fazendo reportagens escritas e audiovisuais, até que em 2014 conseguiu o primeiro estágio no Jornal da Paraíba e precisou sair do RJ.

Artur ressalta que a experiência serve como uma vitrine, fazendo com que o trabalho dos estudantes ganhe visibilidade e abrindo portas para o mercado de trabalho: “Como aluno iniciante você já ter a oportunidade de colocar a mão na massa, estar ali, pensar em pauta, produzir pauta, ir pra rua, executar, filmar, editar… colocar em prática já desde o primeiro ano de curso, que foi o meu caso, foi muito importante. Sem contar as conexões que se formam. Tem vários exemplos de pessoas que se destacaram no Repórter Junino e através dele foram vistas pelo mercado e depois foram chamadas para estágios em emissoras e hoje são grandes jornalistas. Posso dar como exemplo Renata Fabrício, que na época ela conseguiu o primeiro estágio dela no Correio da Paraíba porque o pessoal viu uma reportagem dela no RJ. Mostra que isso ajuda também o aluno no mercado de trabalho”, prosseguiu.

O trabalho desenvolvido pelos estudantes de comunicação na cobertura d’O Maior São João do Mundo é levado com a mesma seriedade com que os profissionais já formados encaram a cobertura. Essa é uma marca do São João de Campina Grande que perpassa as edições e se mantém como compromisso: o respeito à imprensa.

“O que eu mais admiro é que numa situação de cobertura, pelo menos nos anos que eu participei, não existia diferença se o aluno lá na cobertura do show, não importava se você era de uma emissora de tv, de rádio ou do Repórter Junino. No RJ o aluno tem a condição de atuar como se ele já fosse da imprensa, foi o sentimento que tive quando eu participei. Hoje com o avanço das redes sociais. Era muito interessante ver o aluno ali junto de emissoras de rádios e portais”.

O São João de Campina Grande é feito com o auxílio de muitas mãos, desde a montagem, às barraquinhas de comida, da segurança aos profissionais de saúde. A comunicação é mais uma linha auxiliar. A parceria que a prefeitura do município firmou com as universidades para fortalecer a cobertura dos festejos traz retorno para a cidade em forma de conteúdos educomunicativos e publicitários.

Não haveria o ciclo junino sem a atuação da imprensa e o trabalho desenvolvido pelos estudantes de Publicidade, Jornalismo e Educomunicação é essencial nesse processo, que não se trata apenas de falar sobre os festejos, mas de valorizar e enfatizar a cultura popular, fortalecer a nossa marca d’O Maior São João do Mundo e criar um acervo histórico da memória da festa popular mais querida de todas, na cidade onde melhor se festeja.

Texto: Gabryele Martins/ Arte Produções
Fotos: Gabryele Martins, Fernando Firmino – Repórter Junino e reprodução pessoal


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