Evento virtual reuniu representantes de órgãos e entidades para discutir papel da escola diante da temática da adoção
A secretária executiva de Educação do município de Campina Grande, Socorro Siqueira, participou na manhã desta quarta-feira, 26, do webinário “O Papel da Escola na Adoção”, realizado pela Vara da Infância e Juventude da Comarca de Campina Grande. O evento reuniu representantes de órgãos de proteção às crianças e adolescentes, além de profissionais da Educação, e foi voltado aos gestores escolares em alusão ao Dia Nacional da Adoção, celebrado na última terça-feira, 25 de maio.
De acordo com o juiz titular da Vara da Infância e Juventude de Campina Grande, Perilo Rodrigues, o evento foi produtivo, pois proporcionou aos profissionais de Educação a consciência de que podem contribuir com as famílias através da temática. “O propósito do evento foi atingido, na medida em que todos concordaram da importância de discutirmos o papel da escola na adoção. Vimos professores e gestores nos dizendo que vão implementar técnicas, ações e atividades em suas esferas de atuação e este é um motivo de orgulho para todos nós”, destacou.
A secretária executiva de Educação, Socorro Siqueira, afirmou que a Prefeitura de Campina Grande, através da Seduc, está à disposição para contribuir, colocando a temática nas formações continuadas.
“Inserir a criança ou adolescente em uma família substituta, através da adoção legal, é promover o amor e a reintegração social e assumir o compromisso de cuidado, proporcionando uma vida digna. É necessário que as pessoas conheçam o processo legal de adoção e sejam multiplicadoras desse assunto. Considerando o papel da escola no processo da adoção é necessário discutir a temática através das formações, com os profissionais da Educação, para que seja inserida no planejamento das aulas”, afirmou.
Palestrantes
A psicoterapeuta Suzanna Schettini, coordenadora do Núcleo de Apoio ao Pós Adoção, do Grupo de Apoio à Adoção (Gead), do Recife, disse que nas duas últimas décadas a temática da adoção passou a ser mais aceita nas discussões. Mas, ressaltou, ainda há um longo caminho de conscientização a se percorrer.
“Ainda precisamos trabalhar questões para que a adoção passe a ser realmente legítima e natural na sociedade. E a escola é um agente imprescindível na mudança desse paradigma. A escola pode auxiliar trabalhando os conceitos contemporâneos de família. A família é um conceito amplo, que precisa estar vinculada por afeto. É dentro deste conceito que se torna possível existir. Não existem modelos predeterminados de família, existem famílias reais. Isso é um conceito a ser trabalhado na escola: há famílias de muitas configurações e é o primeiro canal de iniciação dos afetos, da socialização e das relações de aprendizagem”, analisou.
Segundo a analista judiciária e pedagoga da Vara da Infância e da Juventude, Kesia Braga, é necessário que os materiais pedagógicos também deem espaço a este tipo de abordagem, para facilitar aos professores a discussão em sala. “A abordagem da adoção por vezes nem chegou a entrar nas temáticas de família e diversidade nas escolas, e muitas vezes não é porque os gestores querem, mas porque o acesso à esta contribuição estamos tendo agora. Os nossos livros ainda não trazem isso e as editoras precisam repensar nos estereótipos de família”, pontuou.
Presenças
Estiveram presentes no evento, o também juiz da Vara de Infância e Juventude, Hugo Zaher; a promotora da Infância, Elaine Alencar; a coordenadora geral da Coordenação Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Denise Avelino; a gerente regional de Ensino, Socorro Cordão e a coordenadora da sessão de Assistência Psicossocial cível, Lavínia Vasconcelos.
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