O Secretário da Agricultura de Campina Grande, Renato Gadelha, defendeu nesta quarta-feira, 19, o fortalecimento da agricultura familiar sob a ótica segundo a qual este segmento não deve se limitar à produção agrícola e pecuária apenas para fins de subsistência, mas que possa extrair desta modalidade rural meios que garantam o acesso, por exemplo, ao vestuário, estudo, transporte e lazer, cujos itens se encaixam no contexto da dignidade humana. A declaração do titular da Seagri foi dada durante entrevista à Rádio Campina FM.

Gadelha disse que ao longo da sua trajetória como titular da Agricultura municipal, iniciada ainda na gestão do então prefeito Romero Rodrigues, vem trabalhando no sentido de mudar esta lógica que, segundo ele, assemelha-se ao escambo, oferecendo condições de trabalho e conscientizando o homem do campo sobre a necessidade deles irem além da subsistência, produzindo mais para gerar renda que garanta o bem estar de suas famílias.

Ao citar as adversidades climáticas que historicamente afetam o semiárido, o auxiliar do prefeito Bruno Cunha Lima disse que é preciso se adequar à situação local e que, no caso da zona rural de Campina Grande, “se não há como plantar grandes fruteiras, cultiva a hortaliça, capim e, principalmente, palma forrageira, para o sustento dos pequenos rebanhos bovinos, fontes de renda dos agricultores familiares.

Ainda com relação à criação e produção bovina, o secretário Renato Gadelha disse que a região do Cariri , em que pese a seca, é uma das mais importantes bacias leiteiras do Estado, exatamente porque a base de sustentação do gado é a palma forrageira. Como resultado, segundo ele, a quantidade de queijo é expressiva, representando importante fonte de renda para o setor da agricultura familiar.

A propósito da satisfatória produção queijeira na região, o secretário Renato Gadelha revelou que vem trabalhando no sentido de instituir a Identificação Geográfica do queijo aqui confeccionado, como ocorre com o Parmesão da Itália e o da Serra Canastra, no Estado de Minas Gerais. E ele até sugeriu o nome: Queijo Coalho da Borborema. “O Mundo está cada vez mais ávido para saber a origem dos produtos”, justificou.

Para consolidar esta ideia, Renato Gadelha disse que conta com o Programa Nacional de Inseminação Artificial (Proinsa) para melhorar ampliar a produção leiteira local, por meio da distribuição gratuita, aos pequenos criadores, de sêmen proveniente de bovinos originários dos Estados Unidos e Canada, de reconhecida vocação para o leite. Lembrou ainda que a Prefeitura dispõe do Serviço de Inspeção Municipal (Sim) para garantir a certificação e a qualidade do leite produzido na zona rural de Campina Grande.

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