Autor: Notícias PMCG

Vila do Artesão recebe exposição “Tempos de Carnaval” a partir desta quinta-feira

A Vila do Artesão recebe nesta quinta-feira, 30, a exposição Em Tempos de Carnaval de autoria do jornalista e curador de arte, Clécius Rocha. A mostra ficará disponível ao público na galeria de artes do local no período de 30 de junho a 30 de julho deste ano, de segunda a sexta, das 13h às […]

30/06/2022 14h30 Atualizado há 3 anos

A Vila do Artesão recebe nesta quinta-feira, 30, a exposição Em Tempos de Carnaval de autoria do jornalista e curador de arte, Clécius Rocha. A mostra ficará disponível ao público na galeria de artes do local no período de 30 de junho a 30 de julho deste ano, de segunda a sexta, das 13h às 17h.

A proposta do projeto “Tempos de Carnaval” faz um resgate desde o século passado do período carnavalesco de Campina Grande. Conforme explicação do autor da exposição, Campina festejava o carnaval e exercia fascínio entre seus moradores e visitantes desde o século 19, mas foi em 1920, que a folia ganhou mais notoriedade através das pitorescas charangas, marchinha e personagens como pierrôs, colombinas, piratas, jardineiras e odaliscas nas acirradas disputas de blocos durante o desfile do domingo de Carnaval. Só depois vieram os clubes sociais com seu reino povoado por outras e incontáveis fantasias.

Enquanto as ruas eram testemunhas das cores da criatividade campinense, foi dos papangus, ala-ursas, palhaços e mascarados o grito de carnaval que ecoava por ruas e recantos como o Largo da Matriz e a rua Grande (Maciel Pinheiro), a Floriano Peixoto, Praça Antonio Pessoa, Marques do Herval e Praça da Bandeira. No Clube 31 no Pavilhão Epitácio foi berço dos bailes de carnaval de salão de Campina Grande, a beleza poética da ingenuidade de outrora alcançavam seu apogeu no Domingo Gordo de Carnaval, constituindo reduto de resistência durante mais de duas décadas.

“Em memoráveis tempos, as pessoas seguiam a orquestra desfilando pelas ruas centrais de Campina Grande todo final de tarde dos dias de Carnaval, acompanhados pelos olhares atentos de famílias inteiras que assistiam o espetáculo dos brincantes e é tudo isso que estaremos tentando repassar ao público que irá visitar a exposição”, destacou Clécius Rocha.

O autor da mostra, lembra ainda a ocupação do passeio público que era colorida, animada por batalhas de confete, serpentina e mela-mela. De todos os lados chegavam foliões divididos em blocos; juntos uma massa de alegria do reinado de momo em Campina Grande. Os blocos visitavam as residências de famílias tradicionais onde eram recepcionadas com banquetes.

O caráter familiar dos blocos fundados por amigos movidos pela irreverência movimentava o Domingo de Carnaval do Clube Aquático às margens Açude de Bodocongó, onde promoviam a Matinal Carnavalesca ao som das marchinhas e muito frevo. Com o passar dos anos, boêmios, intelectuais, políticos e empresários passaram a desfilar com trajes femininos. Na terça-feira, o desfile ficava por conta de blocos como o Campinense Clube, Ypiranga, Paulistano, Clube 31 e Tudo nos Zune, entre outros.

Após o período dos momentos de ouro dos bailes de carnaval e de rua, a folia de momo ocupou de vez os salões dos clubes, com círculos de foliões dançando ao som de sambas, das orquestras de frevo e das últimas marchinhas de blocos de salão, testemunhas do final de uma época em mutação, que já dividia atenções com os tradicionais desfiles das escolas de samba de Campina Grande, surgidas em bairros da cidade e que inicialmente desfilavam na Rua Maciel Pinheiro.

Durante toda a década de 1980, foram as escolas de samba Bambas do Ritmo, Unidos da Liberdade, Acadêmicos de Monte Castelo, Mocidade Independente da Bela Vista, entre outras, as principais atrações do Carnaval de Campina. Com carros alegóricos, abre-alas e porta-bandeiras, o formato inspirado no espetáculo carioca se tornou praticamente a única expressão carnavalesca da cidade.

Com os primeiros ecos do movimento baiano da axé music, na década de 90, Campina Grande trocou a tradição carnavalesca pela referência na realização de micareta (carnaval extemporâneo) realizado fora da Bahia: a Micarande, que teve sua última edição no ano de 2007.

Somente há pouco mais de 10 anos, Campina Grande voltou a ganhar uma nova atração no período de Carnaval com o Jacaré do Açude Velho, bloco que desfila na terça-feira às margens do Açude Velho e ressignifica a irreverência, paródia e espontaneidade dos antigos blocos das primeiras décadas da folia de momo na Rainha da Borborema.

Codecom


Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support

Preferência de Cookies

Usamos cookies e tecnologias semelhantes que são necessárias para operar o site. Você pode consentir com o nosso uso de cookies clicando em "Aceitar" ou gerenciar suas preferências clicando em “Minhas opções”. Para obter mais informações sobre os tipos de cookies, como utilizamos e quais dados são coletados, leia nossa Política de Privacidade.